Até os seis meses de idade, a alimentação do bebê deve ser exclusivamente de leite materno. Infelizmente, em algumas situações isso não é possível (e não nos cabe julgar). Para esses casos, o mercado oferece uma série de fórmulas prontas que se aproximam da composição do leite materno em termos de substâncias, vitaminas, etc.
Independentemente de ser leite materno ou fórmula, vejo muitas mães querendo antecipar a introdução de alimentos sólidos para seus bebês.
Algumas mães antecipam a IA (introdução alimentar) porque acreditam que a ingestão de determinado alimento vai ajudar a resolver algum problema como, por exemplo, a cólica. Outras querem se livrar da amamentação ou das fórmulas. Já outras tomam essa decisão por pura ansiedade: querem ver seus pequenos comendo papinha ou fazendo caretinha ao provar um novo alimento.
Não importa o motivo: a introdução alimentar precoce compromete a saúde do bebê em curto, médio e longo prazo!
O estômago ainda não está maduro
O bebê nasce pronto mas não totalmente desenvolvido.
Nos primeiros meses de vida, o organismo do bebê trabalha para finalizar o desenvolvimento de órgãos e estruturas do seu corpo que ainda estão imaturas. Além do pulmão, o estômago é um dos principais órgãos que passa por esse processo.
O estômago do bebê é muito pequeno e ainda não está totalmente formado no nascimento. É por isso que o leite materno deve ser a alimentação exclusiva do bebê.
Além de ser o único alimento que o estômago do bebê consegue digerir, o leite materno tem todas as substâncias necessárias para nutrir e amadurecer o organismo.
O processo de digestão ainda é deficiente
Como o estômago ainda é imaturo, o processo de digestão ainda é deficiente.
De maneira geral, o organismo do bebê ainda está aprendendo o processo de digerir os alimentos.
É por isso que é tão comum bebês apresentares cólicas, refluxo, desconfortos gastrointestinais, diarreia ou ainda passarem vários dias sem evacuar (fazer cocô).
Quando o bebê recebe alimentos sólidos antes da hora, além de não conseguir digerir, o processo de “aprendizado” da digestão fica comprometido.
Como resultado, o bebê passa a apresentar sintomas gastrointestinais que não apresentava antes ou tem seus sintomas piorados. Em alguns casos, o comprometimento da digestão pode permanecer por toda a vida, fazendo com que o bebê (agora adulto) tenha dificuldade de digestão, azia, prisão de ventre e outros problemas associados.
O organismo ainda não sabe lidar com determinadas substâncias
Todas as substâncias do leite materno são fundamentais para o desenvolvimento do bebê e, como a natureza é sábia, seu organismo sabe processar e utilizar essas substâncias desde o primeiro momento de vida.
Por outro lado, os alimentos em geral contém milhares de substâncias diferentes, desconhecidas pelo organismo do bebê e que por isso não podem ser processadas ou utilizadas.
Quando a introdução alimentar ocorre na idade certa e da maneira correta, o organismo maduro vai conhecendo as substâncias diferentes aos poucos e vai criando mecanismos para lidar com cada uma delas.
Já quando o organismo ainda não está pronto, ele não consegue criar esses mecanismos e as substâncias “desconhecidas” acabam sendo vistas como uma ameaça. Resultado: o sistema imunológico é acionado, o corpo registra a substância como indesejável e aí começam as famosas “alergias” que podem ser alimentares ou não.
Essas alergias se transformam em problemas comuns como rinite, sinusite, alergias alimentares, medicamentosas, que acompanham o bebê durante toda sua vida.
A temperatura não é a ideal
O processo de digestão precisa de uma temperatura adequada para ocorrer. Quando os alimentos são ingeridos gelados ou frios, o organismo precisa trabalhar para aquecer o estômago afim que o processo de digestão tenha início.
Nessa fase de crescimento extremo e amadurecimento dos órgãos e estruturas, a energia do organismo precisa ser desviada das suas atividades principais para realizar o aquecimento do estômago para que seja iniciado o processo de digestão. Resultado: diminuição no crescimento e no desenvolvimento.
O leite materno chega na temperatura correta para o organismo do bebê. Por isso é a melhor opção. Se utilizar fórmula, confira a temperatura do leite antes de oferecer para o bebê.
Sobre o uso de leite em pó
As fórmulas são cópias artificiais do leite materno. Mesmo não sendo o ideal, elas tem capacidade de nutrir e contribuir para o desenvolvimento integral da criança. Só que fórmula não é leite em pó.
Devido ao alto custo das fórmulas, vejo muitas mamães optando por oferecer leite em pó para seus bebês. Isso não deve ocorrer!
O leite de vaca possui substâncias e enzimas que não podem ser processadas pelo organismo do bebê, ou seja, mesmo sendo leite o organismo do bebê não sabe (e não consegue lidar com suas substâncias).
Além disso, os hormônios, antibióticos e vacinas que são aplicados na vaca são repassados para o leite, o que piora ainda mais a lista de “substâncias indesejáveis” e consequentemente a possibilidade de alergias.
Ainda, o leite de vaca é um grande gerador de mucosidade o que, na visão da Medicina Chinesa, pode atrapalhar o desenvolvimento das funções cognitivas, como a fala e aprendizagem.
Quando é o momento certo de realizar a introdução alimentar?
Normalmente, a introdução alimentar deve ocorrer por volta dos seis meses de vida, quando o bebê apresenta sinais de prontidão alimentar como, por exemplo, passa a ter interesse pelos alimentos (não é ficar olhando para o que você está comendo), já controla o pescoço e senta-se sozinho ou com apoio e já consegue levar os alimentos sozinho para a boca.
Quando estiver pronto para o início, deve-se introduzir os alimentos lentamente e acompanhar de perto as reações do bebê: urina, fezes, agitação, choro, desconfortos, etc.
Caso seja necessário, deve-se buscar ajuda profissional.
Em linhas gerais, a introdução alimentar precoce gera vários problemas gastrointestinais (vômito, refluxo, cólica, diarreia, dores abdominais, etc) que podem perdurar por toda a vida, dar início aos processos alérgicos e ainda prejudicar o crescimento e desenvolvimento do bebê.
Por isso, não vale a pena antecipar a introdução alimentar. Tenha paciência…
Uma decisão errada agora no começo pode gerar danos para o resto da vida do seu filho. E você não quer que isso ocorra. Certo?
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