Treinamento prestes a começar… Um grupo de mães conversa animadamente… Mas qual será o assunto?
FILHOS.
Me aproximo. Começo a ouvir com clareza cada mãe exaltando seu filho:
– Meu filho falou com 10 meses! Disse uma mãe.
– O meu, desfraldou com 1 ano, acredita? Já era muito esperto. Disse outra.
A terceira então complementa:
– Isso não é nada. O meu aprendeu o alfabeto com 2 anos. Não é inteligente demais?
Ao lado, uma mãe em silêncio, ouvindo o que parecia ser uma competição interminável para saber qual filho andou mais cedo, qual teve o primeiro dente mais cedo e até qual deles chorava mais durante a noite…
Pausa para o treinamento.
No final, uma mãe me procura aflita e pede falara comigo por um minuto… O que ela queria?
Percebo que aquela mãe que estava calada enquanto as demais exaltavam seus filhos…
Ela me disse:
– Ana, estou muito preocupada. Meu filho já tem dois anos, ainda fala muito pouco, usa fralda e não sabe nenhuma letra do alfabeto. Estou achando que ele tem problema…
Não. O filho dessa mãe não tinha problema algum! O único problema foi a mãe dar ouvidos às comparações, muitas vezes exageradas, de outras mães.
Criança não se compara! Cada criança é única e tem seu próprio ritmo de desenvolvimento.
Algumas falam mais cedo, outras andam mais tarde. Algumas demoram para crescer, outras são grandes demais para a idade. Algumas são tranquilas e outras agitadas… e assim vai…
Conhecemos todas as fases do desenvolvimento infantil e sabemos a idade aproximada em que cada uma delas ocorre. Mas não há regra. Não há data correta.
O tempo em que cada fase ocorre depende da própria criança, do ambiente em que ela vive, do tipo de estímulo que ela exposta e de mais um milhão de variáveis, sob as quais não temos muito controle
Quando comparamos duas crianças, estamos tentando generalizar algo que é único.
E essa comparação não faz bem, nem para a criança e nem para você.
A criança, ao ser comparada com outra “supostamente melhor” do que ela, começa a perder sua auto estima e muitas vezes começa a acreditar que a mãe merecia um filho melhor, e não ele. Esse tipo de situação, leva à problemas emocionais, que se não forem resolvidos rapidamente, podem se prolongar por toda a vida.
Por outro lado, a mãe que compara fica tão preocupada com o “problema” do seu filho, que começa uma busca incessante por médicos, opiniões, exames, que justifiquem o fato de seu filho não ter falado na mesma idade que o Ciclano ou ainda não ter desfraldado.
Por isso, evite comparações… Se tiver uma roda de mães com esse tipo de conversa, saia de perto… Acompanhe o dia a dia do seu filho e aproveite… Porque passa muito rápido…
Na dúvida, consulte um profissional habilitado para avaliar o desenvolvimento do seu filho. Essa avaliação é um processo que envolve vários profissionais (pediatra, terapeuta, psicopedagogo, etc) e não uma comparação simples ouvida numa conversa!
Até a próxima.
Ana
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